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Sou o que sou e como sou...Os que me conhecem, sabem como me abordar e, também, como os abordo.

domingo, maio 28, 2006

Mais esta!!!!!

Atrevo-me a, sem licença do autor, a colocar um comentário seu em relação às últimas saídas da Ministra da Educação: avaliação dos docentes por parte dos encarregados de educação para progressão do ECD.

"Faço o que tu não queres: estou com os teus filhos enquanto ganhas dinheiro, passas tempo com os amigos a beber, ou enganas o centro de emprego (que eu subsidio).
Faço o que tu não queres: ensino o teu filho a comer... Sim, porque nem isso fazes.
Faço o que tu não queres: viajo milhares de quilómetros, deixando o meu filho, para dar apoio ao teu a quem nem ensinaste a dizer "Bom dia!".
Faço o que tu não queres: ensino o teu filho a estudar e a crescer neste mundo terrível. Tu estás muito ocupado a dizer que estás cansado (do teu filho? Então, não o tivesses... Os teus pais não te ensinaram como se faz?). Se não souberes, pergunta... ao professor do teu filho!
Faço o que tu não queres: dou tempo de qualidade, ensino a falar, a atravessar uma rua, a ler, a viver em sociedade, ensino milhares de coisas...
Se estou cansado não o posso dizer (Alguns pais, mais exigentes, podem avaliar-me negativamente!).
Faço o que tu não queres: Estou presente e oiço o teu filho.
Fazes isso?
Faço o que tu não queres: estudo para melhorar os meus conhecimentos e subir, a pulso, na carreira. Ninguém diz a verdade: que a população de professores do nosso país é das mais especializadas no mundo!
Existem às centenas com pós- graduações, mestrados e doutoramentos.
Faço o que tu não queres: Faço uma pós graduação em Desenvolvimento Pessoal e Social e depois, deixa de existir esta disciplina! Mas ninguém pergunta quanto custou a formação em tempo, dinheiro e dedicação.
Faço o que tu não queres: Faço um mestrado em Supervisão Educacional numa instituição tutelada pelo Estado Português, mas este não reconhece o mestrado. Ninguém nos avisara destes pequenos matizes. Paguei ,e bem, o reconhecimento deste curso por uma Universidade. Tudo para bem do teu filho.
Ninguém pergunta se posso ser mais útil com essa mais-valia.
Faço o que tu não fazes: sou doutorando em vias de conclusão de um Doutoramento em Educação de Pessoas Adultas. Ninguém sabe que existo pois os concursos para essas funções desapareceram misteriosamente do Interior.
Posso ser de grande utilidade ao nosso país, mas ninguém se rala.
Faço o que tu não queres: trabalharei até aos 65, com os ouvidos arruinados e problemas psicológicos graves (os professores são os melhores clientes dos psicólogos e dos psiquiatras, é bem sabido).
Faço o que tu não sabes fazer porque nunca quiseste aprender: sou um pai para o teu filho.
Posso deixar de fazer o que faço VOLUNTARIAMENTE, para fazer o que me é exigido na escola...
Ele são montes de papéis, reuniões importantes e até mesmo aulas que podem ser estéreis como o tal monte, com a aparência de muitíssimo proveitosas. Como vês, posso estar com o teu filho sem lá estar, como tu...
Aí, poderás ver o filho que tens!
O filho que criaste...
Porque, não te esqueças, é o TEU filho!
A mim, basta-me, cumprir com rigor e com exigência e, sem alma, sorrindo para ti...
O teu filho? Ah, sim, o sujeito no centro da acção educativa... Pois é!
Olha, Deus queira que tudo lhe corra bem!
Já não fazes nada dele?
Só tem oito anos?
O que posso fazer?
O eduquês já está fora de moda!
Um abraço sincero (avaliações à parte)
Leonel
P.S. Não te escondas atrás de assinaturas covardes de tão anónimas. Quando quiseres conversar sobre a educação do teu filho, estarei sempre aqui, presente mesmo nas pontes da Páscoa. Para te ajudar verdadeira e desinteressadamente."

Mais palavras para quê? Está tudo aí no comentário do meu colega, preto no branco,resumindo palavras raivosas que me consomem e me levam a perguntar, (e eu sou encarregada de educação também), que raio de conhecimentos têm os pais para avaliar professores? Precisariam de assistir às aulas também.E não só! Talvez aprendessem a educar os filhos para estes saberem "estar, ser e fazer" na escola. Penso: antigamente, antes do "25 de Abril" os pais ofereciam belas, boas e caras prendas aos professores para que os filhos transitassem de ano. Hoje, e face à geração que enfrentamos em que os "putos" as inventam,levando as invenções ao ponto de provocar agressão física e moral por parte dos pais para com os professores dos seus filhos, pergunto se (no caso da medida da sra. ministra ir avante) não passaremos a ser nós a dar "prendas aos pais e lamber os pézinhos dos filhos???!!!!
Bolas! "Nem todo o mar, nem toda a terra!!!
Avaliação dos professores por parte de pessoas competentes, muito bem! Agora essa é que não????
O País está mesmo de patas para o ar.

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