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domingo, março 09, 2008

100 mil na Marcha da Indignação (8 Março 2008)



Cerca de 100 mil na marcha da indignação.
100 mil desfilaram entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, num dia que ficou marcado para a história, por ter sido uma das maiores manifestações de sempre, levada a cabo pelos docentes de Norte a Sul do país, os quais repetiam incessantemente: 'Avaliação, sim. Mas esta, não'; 'Está na hora, está na hora da ministra se ir embora', entre outras. Pudemos sentir com emoção o apoio dos vários populares ao longo da Avenida aplaudirem a acção, e observei como muitos deles tinham os olhos marejados, o que nos comovia também. À manifestação, na Praça do Comércio, bastante cheia de pessoal, que não cabendo, encheram as ruas de acesso à mesma, juntaram-se pais e alunos, em protesto contra o ME, numa acção de solidariedade para com os professores.
Uma representante do Sindicato de Professores espanhol participou com uma mensagem de solidariedade da parte dos docentes espanhóis. Outras mensagens de apoio foram recebidas das regiões autónomas da Madeira e Açores.
À volta de 120 elementos da PSP acompanharam a manifestação de professores, os quais depressa verificaram que tudo se passava e, continuaria a passar-se, com 'educação' e 'respeito'.
Apesar de tudo avançar sem conflitos, vinte autocarros com professores vindos do Norte foram parados numa operação stop da Brigada de Trânsito da GNR junto à estação de serviço de Aveiras na A1. Mário Nogueira (dirigente da FENPROF) quando discursava,no Terreiro do Paço, acabou por confirmar esta informação, enquanto os docentes gritaram “fascistas”, tal o sentimento de indignação sentido. Segundo uma fonte sindical, que viajava num dos autocarros, o facto de haver passageiros em pé na viatura foi o motivo apresentado pelas autoridades para a operação.
O líder social-democrata Luís Filipe Menezes (aproveitando a bola porque as eleições estão à porta), afirmou que “... a Marcha da Indignação (recordando a manifestação feita por causa das portagens) «é a Ponte 25 de Abril do engenheiro José Sócrates» e corresponde «à contagem decrescente desta maioria».
Com tudo isto, a ministra da educação interpelada pelo jornalista da RTP1, afirmou não recuar nas decisões tomadas porque tinha o apoio do governo.
Pergunto agora: qual governo??? A maioria dos deputados estão contra ela: PSD, CDS-PP, PCP, BE e outros.
Disse ainda com a cara deslavada que 'os professores (teve o cuidado de não nos chamar professorzecos de novo) têm razão...( em manifestar o seu descontentamento)'.
Pergunto: a que se referia afinal, se não recua nas medidas tomadas??? E que se está passando entre o 1º ministro e os representantes do ministério da educação??? Que linhas estão cosendo???
Cada vez se confirma mais o que pensamos. As suas medidas têm apenas 2 objectivos, um por consequência do outro: objectivos economicistas que conduzirão ao desemprego de todos os contratados docentes e não-docentes.
Mas afinal por que é que professores portadores de doenças muito graves (cancerosas) têm morrido em exercício obrigatório das funções ( e outros ainda continuam), quando lhes deveria ter sido concedida a aposentadoria tal como requereram???
O Sr. Sócrates revelou hoje publicamente, que tudo vai continuar como tem sido planeado. Um Sr. do qual, ao fim e ao cabo, não se sabe se tem bacharelato apenas e/ou como conseguiu a licenciatura em engenharia (porque estas coisas... caem sempre no segredo dos deuses).
Começa-se a desconfiar que algo mais grave está a ser tecido às escondidas do Zé Povinho, já que demasiadas anomalias estão acontecendo reflectidas em vários domínios da sociedade.
Para a semana os docentes vão vestidos de luto para as escolas (espero que todos), e os protestos continuarão através de mais manifestações 'educadas' em todo o país.
E possivelmente, educadas demais, porque eles (governo e ME) estão determinados em levar a sua avante.

sexta-feira, março 07, 2008

Nova P.I.D.E.??


Escolas no Porto e em Ourém questionadas pela PSP sobre participação no protesto de sábadoUm agente da PSP do Porto deslocou-se anteontem, ao final da tarde, à Escola Clara de Resende, onde questionou uma funcionária sobre a adesão dos professores do estabelecimento de ensino à manifestação que se realiza no sábado. A situação repetiu-se ontem, em Ourém, quando dois agentes da polícia se dirigiram a duas escolas do concelho para apurar quantos docentes pretendem participar no protesto.Quando, posteriormente, os responsáveis da escola questionaram a PSP sobre o motivo da deslocação, foi-lhes dito que o objectivo era perceber quantas pessoas poderão estar amanhã em Lisboa para poder organizar as medidas de segurança. “Achei estranhíssimo e sem sentido nenhum”, comentou uma docente. O PÚBLICO não conseguiu apurar se a deslocação da PSP se repetiu noutras escolas do concelho. O oficial de dia do comando metropolitano do Porto da PSP recusou adiantar pormenores sobre o assunto.Também na tarde de ontem, dois agentes da PSP da esquadra de Ourém deslocaram-se a duas escolas da cidade para saber quantos professores iam participar na manifestação de sábado, em Lisboa. O Comando Distrital da PSP de Santarém assegura desconhecer a situação.O adjunto do comandante da esquadra de Ourém, Basílio Duarte, pediu para transmitir ao PÚBLICO que os agentes se limitaram a “cumprir uma solicitação do Comando de Santarém”, a que a esquadra pertence. Contudo, o oficial de Relações Públicas do Comando Distrital da PSP de Santarém, Jorge Soares, desmente ter sido dada qualquer ordem nesse sentido. “Até parece que estou no 23 de Abril de 1974. Não passaria pela cabeça de ninguém com bom senso dar esse tipo de orientação ou diligência. Acho muito estranho que isso tenha acontecido. Este tipo de atitude não é admissível num estado de direito”, afirma Jorge Soares.Face à gravidade da situação, o oficial de Relações Públicas acredita que será instaurado um processo de averiguações para apurar o que se passou, por forma a evitar que estas situações se voltem a repetir. “O comando não se identifica com este tipo de comportamentos vergonhosos e que só revelam falta de profissionalismo.”Confrontado com a possibilidade de a instrução ter sido dada sem o conhecimento do comando distrital, Jorge Soares diz que mesmo que isso sucedesse os polícias têm que saber as medidas legais que devem tomar. “Não vejo que isso se enquadre na missão da PSP.”Tanto na Escola Secundária de Ourém como na Escola Básica do 2º e 3º Ciclos D. Afonso IV Conde de Ourém, o sentimento reinante entre os professores era de indignação. “Queriam saber quantas camionetas é que iam a Lisboa. Deram a desculpa que era para orientar o trânsito. É evidente que era para nos intimidar. Há muitas formas de matar coelhos”, comenta um dos professores.“Isto só me dá mais vontade de ir. Vejo nisto uma manobra de intimidação e pressão sobre a classe docente e um total desrespeito pela liberdade de expressão, que ainda é uma conquista do 25 de Abril”, lamenta outra docente, que confessa que já votou muitas vezes no PS, mas não se revê no PS de José Sócrates.Opinião diferente tem a presidente do Conselho Executivo da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos D. Afonso IV Conde de Ourém. Maria de São José Ferreira acredita que os dois agentes pretendiam mesmo apurar quantos autocarros irão sair da escola no sábado para organizar o trânsito e o estacionamento. Afasta, por isso, a ideia de que a intenção fosse intimidar os docentes, mas apenas zelar pela segurança.Maria de São José Ferreira não esconde, contudo, que tem uma posição diferente em relação à generalidade dos professores, já que entende que os problemas não se resolvem com manifestações e até concorda com algumas políticas educativas do governo. Pelo que o PÚBLICO apurou, a posição da presidente do Conselho Executivo não espelha, no entanto, a posição dos professores. “A visita da política não teve nada a ver com o trânsito. Teve um carácter intimidatório. Os colegas que estão retinentes possivelmente decidem não ir à manifestação. Mas outros ainda terão mais força. A atitude generalizada é de indignação”, sustenta outro professor.Os agentes em causa não estavam fardados e mostravam estar pouco à vontade. Aliás, um deles terá mesmo desabafado que nem gostava muito de fazer estas coisas, mas tinham recebido indicações a nível nacional nesse sentido.(*com Natália Faria)
Ao que nós estamos chegando!!!!!
Se os comandos da PSP ignoram e/ou não têm ordens para fazer tal investigação, por que motivo estarão pessoas a fazer semelante coisa? Por gosto? Não creio. Mandados? Só pode ser.
Voltamos a ver em formação (ou já formada, quem sabe?!) uma nova polícia de intervenção do estado? A chamada P.I.D.E. que torturavam velhos e jovens; homens e mulheres (grávidas, doentes, etc e tal); partidários e apartidários, tinha ao serviço informadores (muitos de reputação duvidosa, que incluíam farsantes, corruptos, ladrões até ao ingénuo pobre que o fazia para sobrevivência familiar, isto é, via da chantagem) em todos os meios e quadrantes constituintes da sociedade portuguesa antes da revolução de 25 de Abril.
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Cravos???? Não. O povo está mais do que acordado.