Cerca de 100 mil na marcha da indignação.
100 mil desfilaram entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, num dia que ficou marcado para a história, por ter sido uma das maiores manifestações de sempre, levada a cabo pelos docentes de Norte a Sul do país, os quais repetiam incessantemente: 'Avaliação, sim. Mas esta, não'; 'Está na hora, está na hora da ministra se ir embora', entre outras. Pudemos sentir com emoção o apoio dos vários populares ao longo da Avenida aplaudirem a acção, e observei como muitos deles tinham os olhos marejados, o que nos comovia também. À manifestação, na Praça do Comércio, bastante cheia de pessoal, que não cabendo, encheram as ruas de acesso à mesma, juntaram-se pais e alunos, em protesto contra o ME, numa acção de solidariedade para com os professores.
Uma representante do Sindicato de Professores espanhol participou com uma mensagem de solidariedade da parte dos docentes espanhóis. Outras mensagens de apoio foram recebidas das regiões autónomas da Madeira e Açores.
À volta de 120 elementos da PSP acompanharam a manifestação de professores, os quais depressa verificaram que tudo se passava e, continuaria a passar-se, com 'educação' e 'respeito'.
Apesar de tudo avançar sem conflitos, vinte autocarros com professores vindos do Norte foram parados numa operação stop da Brigada de Trânsito da GNR junto à estação de serviço de Aveiras na A1. Mário Nogueira (dirigente da FENPROF) quando discursava,no Terreiro do Paço, acabou por confirmar esta informação, enquanto os docentes gritaram “fascistas”, tal o sentimento de indignação sentido. Segundo uma fonte sindical, que viajava num dos autocarros, o facto de haver passageiros em pé na viatura foi o motivo apresentado pelas autoridades para a operação.
O líder social-democrata Luís Filipe Menezes (aproveitando a bola porque as eleições estão à porta), afirmou que “... a Marcha da Indignação (recordando a manifestação feita por causa das portagens) «é a Ponte 25 de Abril do engenheiro José Sócrates» e corresponde «à contagem decrescente desta maioria».
Com tudo isto, a ministra da educação interpelada pelo jornalista da RTP1, afirmou não recuar nas decisões tomadas porque tinha o apoio do governo.
Pergunto agora: qual governo??? A maioria dos deputados estão contra ela: PSD, CDS-PP, PCP, BE e outros.
Disse ainda com a cara deslavada que 'os professores (teve o cuidado de não nos chamar professorzecos de novo) têm razão...( em manifestar o seu descontentamento)'.
Pergunto: a que se referia afinal, se não recua nas medidas tomadas??? E que se está passando entre o 1º ministro e os representantes do ministério da educação??? Que linhas estão cosendo???
Cada vez se confirma mais o que pensamos. As suas medidas têm apenas 2 objectivos, um por consequência do outro: objectivos economicistas que conduzirão ao desemprego de todos os contratados docentes e não-docentes.
Mas afinal por que é que professores portadores de doenças muito graves (cancerosas) têm morrido em exercício obrigatório das funções ( e outros ainda continuam), quando lhes deveria ter sido concedida a aposentadoria tal como requereram???
O Sr. Sócrates revelou hoje publicamente, que tudo vai continuar como tem sido planeado. Um Sr. do qual, ao fim e ao cabo, não se sabe se tem bacharelato apenas e/ou como conseguiu a licenciatura em engenharia (porque estas coisas... caem sempre no segredo dos deuses).
Começa-se a desconfiar que algo mais grave está a ser tecido às escondidas do Zé Povinho, já que demasiadas anomalias estão acontecendo reflectidas em vários domínios da sociedade.
Para a semana os docentes vão vestidos de luto para as escolas (espero que todos), e os protestos continuarão através de mais manifestações 'educadas' em todo o país.
E possivelmente, educadas demais, porque eles (governo e ME) estão determinados em levar a sua avante.
Sem comentários:
Enviar um comentário