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sábado, maio 27, 2006

E esta hein???!!!


Segundo determinado relatório, referido em Folha do Norte e, divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo “A Saúde da Mulher e a Violência contra as Mulheres” feito a partir de entrevistas realizadas com 24 000 pessoas do sexo feminino de 10 países, com abordagem em todas as regiões e classes sociais, revela um cenário assustador sobre os resultados de agressões como: fracturas, traumatismos cranianos, escoriações, queimaduras, estupros e, por aí fora, até aos assassinatos.
A OMS, na altura, constatou que a violência no mundo ocorre uma em cada seis pessoas do sexo feminino, enquanto no Brasil a proporção é de uma em cada três, independentemente de raças, classes sociais, grau de instrução e idade.
Isto, sem referir a dor, muitas vezes maior, resultante da agressão verbal e moral, que marcam profundamente e que se torna difícil de superar.
Onde está a referência de cidadania para a mulher?
E que pensar de sofredoras “anónimas” distribuídas pelos cantinhos de cada cantinho deste país, que calam a sua dor? A dor da humilhação sofrida e da solidão resultante da “falsa” preocupação da justiça, face a casos que são conhecidos/presenciados e/ou outros apenas contados pelos “vizinhos”?
Ontem, ocorreu algo que transcendeu a minha compreensão, ainda que eu soubesse de antemão que a justiça é cega e surda quando “não lucra qualquer coisita com qualquer coisita”. À porta do Lidl, situado numa pacata zona de Lisboa, mesmo ao lado do posto da Polícia de “Segurança Pública”, onde vários fardados se juntam em amena cavaqueira de bairro, um casal discutia. Às páginas tantas, o senhor passou à demonstração da superioridade física contra a mulher. Ela reparou que um polícia podia constituir o fim da violência e dirigiu-se-lhe. Queixou-se que “ele é sempre assim”. Que fizesse alguma coisa. A isto respondeu a amostra de justiça fardada que, o assunto era entre marido e mulher e que eles é que deviam resolver as coisas civilizadamente. Ela perguntou ainda se ele não ia fazer nada. A “farda” respondeu que não. Ela nem estava FERIDA.
Este é o mundo de cada mundo anónimo.
A justiça deveria assegurar a cidadania não só do homem mas também da mulher e das crianças que assistem a diversos tipos de violência doméstica. E não só!
Como é que as gerações podem desenvolver-se em proveitoso sistema social? Que raio de futuros cidadãos, capazes de agir em sociedade e em conformidade com a razão e a justiça, nos espantamos de surgir? Alarmante nota: nas escolas grande número de crianças se descobrem, entre posturas e atitudes agressivas, na maioria das vezes, como consequência dos maus e degradantes ambientes familiares em que estão inseridos.
E ainda ouvimos por vezes: Faz queixa!
A tal senhora dirigiu-se a um representante da justiça que presenciara o facto, fez queixa… E tudo caiu no silêncio.
O seu maior erro foi não se ter deixado ferir ou matar.

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