Há o frio do Natal...!
Frio na passagem pelas suas brechas apenas vísiveis aos olhos da alma de quem o sente,vendo-a multiplicar-se enformada em rastos de fumo branco embrenhando-se, involuntariamente,ao encontro da Sorte, entre bafos que congelam as paredes e o caminho, apertando-o cada vez mais.
Há o cansaço da corrida mental mas lenta que o andamento desordena de vez em quando.
Há o desânimo da solidão gelada que o tempo esmorece, por vezes,mas não apaga.
Há o tempo que corre mais do que a existência de viver, com a consciência dos dias esquecidos das horas melhor passadas ou menos marcantes.
E o que a (alma humana)move nesta incerteza e nomadismo? A palavra ecoante e tradicional: esperança. A esperança que o verde da Amazónia não diminua e oxigene o mundo. Que as diferentes culturas e tradições se unifiquem em prol do respeito pelos direitos humanos. Que o ser humano dignifique as palavras de Shackespeare de que o homem é um ser sublime. Que os governos de cada país aprendam a honrar as suas responsabilidades e deveres, não impondo e advogando apenas os seus direitos. Que os vários organismos sociais não se sujeitem às dependências tirânicas. Que os sonhos das crianças não se centrem apenas nos avanços da tecnologia e se possam expandir para o sonhar em ser um futuro habitante da sociedade, responsável, criador e continuando a ser bom aprendiz dos valores e princípios que regem com harmonia a ligação de si próprio com os outros.
Já se sente, entre todas as carências, a carência de fogo vivo da esperança entre a espécie humana.
Neste Natal tão consumista, o frio impera e impele a mais frio.
Neste Natal a alma não aquece, porque o principal se esfuma nas brechas que o frio vai deixando no caminho de cada um de nós: o amor do calor humano.
Cada passagem de Feliz Natal são notoriamente palavras vãs e ocas para tanta gente que sente congelar nas faces das suas vidas as lágrimas de não tê-lo!
Para quê ainda a hipocrisia de se desejar a quem passa um Feliz Natal? Desejá-lo para si próprio é egoísmo, mas mais aceitável, porque já nos habituámos a viver comodamente entre ele.
Prefiro desejar um Ano Melhor em 2007 para o Mundo Inteiro.
quarta-feira, dezembro 20, 2006
No Natal???
Postado por JuFlores às 11:35 da manhã
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